foto: Juliana Boechat / Clarabóia Filmes
conheça nossa história
Desde 2011, o Projeto PÉS pesquisa a criação, provocação e execução do movimento expressivo para e por pessoas com deficiência, através de técnicas do teatro-dança. O Projeto, no entanto, foi idealizado em 2009, quando o diretor Rafael Tursi, recém-formado Bacharel em Artes Cênicas, pela Universidade de Brasília (UnB), com um trabalho sobre a criação e análise de movimentos cênicos expressivos, a partir da Análise Laban do Movimento (LMA), recebe a notícia de que uma amiga muito próxima havia sofrido um acidente de trânsito que a deixou com tetraparesia. Enquanto acompanhava o tratamento da amiga, começa, então, a questionar-se sobre a possibilidade do exercício do teatro e da dança como reeducador corporal para pessoas com deficiência. Este processo coincide com sua entrada no curso de Licenciatura em Artes Cênicas, na mesma universidade, onde, através das disciplinas psicopedagógicas, teve seu primeiro contato com conteúdos sobre educação especial, integração e inclusão escolar.
Vendo a possibilidade de aplicação da pesquisa sobre Laban, de maneira consciente, para gerar movimentos cotidianos em cena, e repeti-los posteriormente com precisão, nasce, então, a ideia de estudar o sistema para sua aplicação na educação física de pessoas com deficiência por meio da expressão corporal.
Outro mote da criação do Projeto foi a falta de projetos destinados às pessoas com deficiências. Esses projetos existem? Sim, mas, por vezes, não são suficientes ou não oferecem uma gama de opções a este público que tratamos aqui como protagonistas desta ação. A inclusão social, assim como o acesso a educação e a cultura, é direito garantido a todos pela Constituição Federal, porém, por despreparo dos professores/formadores e pela falta de infraestrutura necessária, esses direitos ficam, muitas vezes, comprometidos em todas as suas etapas. A proposta deste trabalho foi oferecer este laboratório, também, como projeto de extensão da universidade. E deu certo. Em 2011, nasce o PÉS, um Projeto de Extensão e Ação Contínua (PEAC) da Universidade de Brasília, que visa a pesquisa do trabalho corporal expressivo para pessoas de qualquer idade e com quaisquer deficiências.
As ações de extensão se desenvolvem por meio das unidades acadêmicas e administrativas da UnB, em processos educativos, culturais e científicos, articulados com o ensino e a pesquisa. É por meio da ação extensionista envolvendo professores, estudantes e técnicos que a Universidade interage com a sociedade, em um exercício de contribuição mútua. (UnB/Decanato de Extensão).
O Projeto é aberto à comunidade e tem como foco o desenvolvimento da integralidade e da socialização dos indivíduos, garantindo acessibilidade à informação em pesquisa. As aulas são desenvolvidas a partir de dinâmicas corporais e da experimentação de objetos ludopedagógicos (corda, balão, lenço e massa de modelar, entre outros) e sempre seguidas de uma avaliação pontual, por parte da equipe executora. À cada avaliação, são feitos os ajustes necessários, buscando uma didática própria junto com a sistematização dos exercícios. Adequação virou uma palavra-chave no trabalho do Projeto; Como adequar os exercícios para cada um dos alunos e alunas? Como adequar o processo de ensino? Como adequar o trabalho para cada novo enfrentamento? Essas perguntas fizeram parte do processo de aprendizagem por que tivemos que passar para poder ensinar o que queriamos.
O processo didático do PÉS é dividido em duas grandes etapas, uma abrangendo a pedagogia do movimento e outra a alfabetização estética dos alunos. Essa busca tende a nos mostrar, principalmente, as individualidades dos alunos na sua maneira de lidar com o mundo, seus interesses e afetos, e, a partir de então, auxiliá-los a escolher o que/como colocar sua cena em cena. Este processo acontece através de novos experimentos com o movimento. Segundo Neide Neves (2008, p.78), “ao executar movimentos, percebe-se que emergem sensações, imagens e memórias que realimentam o movimento”, gerando, assim, um ciclo de ações e opções para uma aplicação consciente posteriormente.O segundo ponto serve de orientação e trata especificamente sobre a criação de espetáculo teatral e noções acerca de temas como: presença cênica, orientação espacial no palco, foco de olhar e relação palco-plateia ou ator-expectador. Uma vez com essa capacitação em andamento para alunos e monitores, temos a fruição dos encontros e a experimentação do movimento.
Quase 10 anos depois de sua criação, o PÉS tem, hoje, em seu repertório, mais de cem atividades realizadas, entre apresentações de cenas e espetáculos, aulas, palestras, trabalhos acadêmicos e participações em eventos nacionais e internacionais.
Mantendo seu caráter inicial, o projeto continua aberto e destinado a pessoas de qualquer idade, com e sem deficiência, buscando a criação e interação de todos os seus integrantes. Quando este trabalho é proposto, ele não quer levantar, ao final da pesquisa, corpos dançarinos que bailem e valsem sobre palcos e salões, mas, sim, corpos que saibam se mover e gerar movimentos que, sozinhos ou em grupo, sejam, por si só, movimentos expressivos artisticamente. A proposta “PÉS?” de educação corporal implica em auxiliar pessoas com deficiência a se permitirem enxergar capazes de executar movimentos artísticos cênico-dançantes. Estes movimentos não precisam ser complexos fisicamente, mas, sim, dotado de significado e/ou um ressignificado, o que ouso chamar de poesia corporal. Literalmente uma poesia construída a partir dos corpos presentes em cena.
Ref.
NEVES, Neide. Klaus Vianna: estudos para uma dramaturgia corporal. São Paulo: Cortez, 2008.
TURSI, Rafael. Meu Corpo, Teu Corpo e Este Outro: Visitando os Processos Criativos do Projeto PÉS. 2014. 125 f., il. Dissertação (Mestrado em Arte) – Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
UNB. Extensão. Disponível na internet via <http://www.unb.br/extensao>. Acessado em 28 de julho de 2016.
nossa equipe
COORDENAÇÃO GERAL E DIREÇÃO ARTÍSTICA
Rafael Tursi
ASSISTÊNCIA DE COORDENAÇÃO
Thais Cordeiro
ELENCO
Ana Balata, Ana Luisa Ramos, Bárbara Lemos, Elenice Ramthum, Gabriela Argañaraz,
Kelly Barros, Laura Garcia, Laysa Gladistone, Marina Anchises, Mari Lotti, Mônica Gaspar, Monise Pessoa, Roges Moraes,
Sâmia Queiroz de Paula, Thainá Araújo,
Thaís Cordeiro, Tize Barroso,
Vinícius Barros e Yuri Costa
MONITORIA
Roges Moraes
PRODUÇÃO MUSICAL E SONOPLASTIA
Glauco Maciel
EQUIPE DE APOIO
Aira Pessoa, Ângela Barros, Cláudia Pádua, Cláudio Garcia, Cristina Cardoso, Érika Guedes, Fernanda Curado, Leslie Costa e Simone Araújo
APOIO TÉCNICO
Neilton Sérgio
GERÊNCIA DE REDES SOCIAIS
Ana Balata e Yuri Costa
COORDENAÇÃO TÉCNICA E DE PRODUÇÃO
Higor Filipe
COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE PESQUISA
Mônica Gaspar
APOIO INSTITUCIONAL
Universidade de Brasília - Decanato de Extensão
Instituto de Artes - Depto de Artes Cênicas
Agradecemos, sempre, aos ex-integrantes do PÉS, estudantes, pesquisadores e profissionais que passam e passaram pelo grupo, deixando sempre um pouco de si. Obrigado, Alessandra Rizzi, Alessandra Terra, Ana Paula Plá, André Salomão, Angelina Coutinho, Audrey Neves, Bárbara Castro, Clara Braga, Daniel Alves, Danielle Cruz, Emanuel Lavor, Felipe Rodrigo, Fernanda Amorim, Iara Pacheco, Isis Miranda, Jackson Bauer, Janaína Moraes, Jaqueline Lima, Joelma Alves, Lais Lopes, Laura Pires, Leilane Peres, Letícia Reis, Leslye Costa, Lucas Resende, Marcos Viegas, Mariana Borges, Mila Félix, Natália Ferraz, Natália Solorzano, Nathália Mendonça, Nathalya Nascimento, Nugoli, Ricardo de Holanda, Rodrigo D´Alcantara, Samuel Diniz, Tath Braz, Ulli de Oliveira, Vinícius Paixão e Wellington de Britto. Obrigado pelo tempo e carinho sempre dedicados.
Agradecimentos especiais aos amigos, colegas e parceiros, que gentilmente (alguns sem saberem) abriram seus braços para, de alguma forma, serem parte conosco. Obrigado, Ângela Palladino, Angélica Beatriz, Beth Maia, Cássia Daniele, Chicho Suero, Danilo Borges, Diego Azambuja, Diego Borges, Diogenes Rossi, Eliane Braga, Fabiana Marroni, Fernando Patton, Fernando Villar, Gabriela Mutti, Giselle Rodrigues, Graça Veloso, Hugo Veiga, Ingrid Kalline, Ivette Kafure, Izabela Parise, Janson Damasceno, Jemima Tavares, Joana Azevedo, José Mauro Barbosa, Júlia do Vale, Juliana Boechat, Létisson Samarone, Lisete Nogueira, Luciana Hartmann, Luciana Lara, Maiara Barreto, Marcelo Augusto, Marcus Mota, Maria Goreti, Mário Balthar, Maximiliano Altieri, Patrícia Barreto, Paulo Rocha, Ramayana Régis, Raquel Brasil, Roberta Matsumoto, Sabrina Cunha, Samuel Araújo, Sebastião Hideyo, Tiago Mundim, Ulisses de Araújo, Vera Guadalupe, Victória Oliveira, Wanderson Souza e à toda equipe do Depto de Artes Cênicas da UnB, Centro Cultural de Brasília (CCB), Teatro SESC Paulo Autran, Cre-Arte Centro Cultural y Educativo para Personas con Discapacidad e da Rede Latino-Americana de Dança, Acessibilidade e Inclusão. Obrigado, pai e mãe (de toda nossa equipe).
nosso diretor - rafael tursi
Doutorando, bacharel e licenciado em Artes Cênicas, pela Universidade de Brasília, mestre em Arte, pela mesma universidade, e pós-graduando em Dança em Cadeira de Rodas, pela Universidade Federal de Juiz de Fora, Tursi é ator e produtor cultural desde 1998, no estado de São Paulo. Em Brasília, desde 2004, trabalhou em diversos espetáculos no circuito comercial e universitário, atuando em grupos de pesquisa, grupos coreográficos e grupos de experimentação cênica. Foi professor de Arte na Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEDF) ; coordenador pedagógico do Programa Educativo do Centro Cultural Banco do Brasil - DF, coordenador acadêmico e professor da Faculdade de Artes Dulcina de Moraes; e professor do Departamento de Artes Cênicas da Universidade de Brasília. É ainda idealizador e coordenador do CéU - Festival Nacional de Teatro Universitário de Brasília; e fundador e diretor do grupo PÉS, de teatro-dança com pessoas com deficiência, em que é ganhador dos prêmios FUNARTE Respirarte - Categoria Dança (FUNARTE, 2020), Concurso Fotográfico Inclusivo (Secretaria Extraordinária da Pessoa com Deficiência do DF, 2020), prêmios Cultura Brasília 60 - Categoria Dança e Cultura e Cidadania - Categoria Arte Inclusiva (ambos pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, 2020 e 2018); Prêmio Web de Teatro do DF 2019 - Categoria Espetáculo Adulto (Tripé, 2020); e de Melhores Trabalhos Nacionais de Educação Inclusiva e de Cultura e Lazer (ambos pelo Congresso Nacional de Diversidade e Inclusão, 2012). Seus principais trabalhos se dividem em Arte-Educação, Educação Especial e Interpretação Teatral.